Vinci Offices lidera altas de FIIs com valorização de 2,76%, mas ainda acumula perda anual de 33%
O fundo imobiliário Vinci Offices (VINO11) protagonizou o pregão desta terça-feira (27) ao registrar a maior alta entre os FIIs, com valorização de 2,76%. As cotas encerraram o dia cotadas a R$ 5,22, consolidando uma recuperação de mais de 8% em 2025 – em janeiro, eram negociadas a R$ 4,83 na B3.
Apesar do desempenho positivo no ano, o fundo especializado em lajes corporativas ainda carrega uma desvalorização expressiva: queda de 33% nos últimos 12 meses. Segundo dados do Clube FII, o VINO11 opera com um deságio de 49% sobre seu valor patrimonial (P/VP de 0,51), enquanto a vacância de seu portfólio (espaços não alugados) permanece em 8%.
Movimento no setor:
Além do VINO11, outros fundos de escritórios e crédito impulsionaram o mercado:
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BRPR Corporate Offices (BROF11): alta de 2,35%
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Itaú Crédito Imobiliário IPCA (ICRI11): +2,02%
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HSI Ativos Financeiros (HSAF11): +1,72%
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Kinea FOF (KFOF11): +1,69%
No lado negativo, destacaram-se as quedas do REC Renda Imobiliária (RECT11) (-1,63%) e do VBI CRI (CVBI11) (-1,51%).
IFIX reage com alívio nos juros futuros:
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou em alta de 0,06% (3.438,26 pontos), acumulando valorização de 10,33% em 2025. O movimento foi impulsionado pela queda nas taxas de juros futuras após o IPCA-15 de maio ficar abaixo das expectativas, reforçando apostas de que o Banco Central interromperá o ciclo de alta da Selic.
ANÁLISE DO CONTEXTO:
A alta do VINO11 reflete uma busca por oportunidades em ativos com deságios profundos, mas também expõe desafios persistentes:
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O P/VP de 0,51 indica ceticismo do mercado sobre a capacidade de realização do valor patrimonial;
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A vacância de 8% está próxima da média do setor (6-10%), mas pressiona resultados;
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Fundos de escritórios (VINO11, BROF11) lideraram altas, sinalizando possível retomada de apetite por imóveis corporativos.
Enquanto o IFIX mantém trajetória positiva no ano, a recuperação de fundos como o Vinci Offices ainda enfrenta o teste do tempo – especialmente diante de um cenário de juros que, embora mais favorável, segue incerto. O mercado observará se a valorização recente é um rebote técnico ou o início de uma reversão sustentada.